quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A VIDA POR UM FIO D'AGUA

                                               AS ÁGUAS VÃO ROLAR
                   
                                    'Quando a lama virou pedra
                                     e mandacarú secou"
                      

Eu ouvia essa música no rádio, mas quando me entendí de gente a lama já tinha
virado pedra e de novo lama, muitas e  muitas vezes. Eu crescia aprendendo no dia-a dia,a mesma cantiga do sapo: "Tião,oi? Fosse, fui..."O  sapo cantava chamando chuva, o Nordeste virava sempre noticário nacional, o problema da seca era, para mim, era para o povo, castigo de Deus, aliviado pelas ladainhas sonolentas e as promessas vigorosas dos políticos salvadores, das procissões "se arrastando que nem cobra pelo chão", fazendo as pesssoas acreditarem  que"se existe Jesus no firmamento, cá na terra isso tem que se acabar".
                                    
                                     "Quando arribaçã de sede
                                       bateu asas e voou..."
Nas matinées dançantes, a gente curtia"Love love me do", "She loves You", Renato e Seus Blue Caps e Roberto Carlos dizendo "Quero que vá tudo pro inferno". Às vezes a gente ouvia pelos noticiários de rádio e televisão, pelos  jornais, que o gado morria de fome e sede, que as pessoas abandonavam seus lares, deixando para trás toda uma vida construida com tanto sacrifício a sol e suor, para irem em busca de dias melhores, resultando nisso, o retrato de uma triste partida.
                                      "Foi aí que eu vim embora,
                                        carregando a minha dor..."
Mera ilusão, estampada nos olhos arregalados ao se debaterem com a frieza das ruas distantes, dos lugares sempre difíceis de um aconchego fácil, que era achado sob a luz do luar, o piscar das estrelas tão diferente das luzes neón, iluminando essa incerteza que exigia a cada passo dado, uma decisão confortável...prá acabar, sendo aquela família, um número a mais nas estatísticas frias das observações nas secretarias de Ação Social.
                                       "Hoje eu mando um abraço
                                         prá tu, pequenina..."
Domingo passado, 13, no Fantástico, uma vez mais a nossa Paraiba foi destaque em página negativa, protagonizado por prefeitos corruptos. Dentre doze cidades do país, onde a tranmissão de posse entre os que saiam e os que assumiram, se deram de forma desmantelada, duas são do nosso Estado: Alhandra e Juazeirinho. Mamaram durante qutro anos, roubaram que nem Ali-Babá, abriram as portas dos cofres públicos, com a magia de um"Abre-te Sésamo" e deixaram as prefeituras com luz de lamparina, "imbulança" sem motor e um dinheirão em caixa: R$ 2,10 (dois reais e dez centavos) a exata fotografia que manchou também, a biografia de um ilustre parlamentar paraibano. O senador Vital do Rego, que pre presidiu justamente a CPI do 'Cachoeira' e deixou as águas rolarem, deixando secos todos os açudes. Não deu em nada.
                                              "Paraiba masculina
                                                muié macho sim, sinhô."

                
                            Texto e Postagem: Eudes Nazareno.

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